- Área: 310 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Filipe Xavier Oliveira
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Fabricantes: CAIXIRIGOR, CS Telhas, GRAZIMAC, Margres, PRELIS, PROSPICIO, Robbialac
“Our eyes are constructed to enable us to see forms in light. Primary forms are beautiful forms because they can be clearly appreciated” (Corbusier, 1931, p.46)
A moradia é constituída por três sólidos geométricos diferenciados pela cor e pela função entendidos como “blocos de construção”. Criou-se a nascente um volume paralelepipédico na cor branca, correspondente ao volume dos quartos, as áreas privadas. Este volume apresenta uma diagonal a nordeste que desmaterializa a massa do edifício, ampliando a sensação de recepção, direccionando a entrada.
No extremo oposto ao bloco branco encontramos uma lâmina vertical ocre que delimita a noroeste, o espaço social da casa organizado em sequência hierárquica e funcional: garagem; cozinha/ lavandaria; e por fim, sala de estar / jantar. No extremo sudoeste da casa, a lâmina transforma-se em muro e engloba o barbecue. Sobre estes dois volumes, em cores distintas, pousa um prisma triangular que desenha a cobertura, reforçado à cor vermelha em telha Plasma. Esta opção por uma cobertura de uma água permite que no desenvolvimento longitudinal da moradia exista um mezanino sobre a sala, destinado a escritório.
A leitura abstracta dos volumes puros, através de processos de adição e subtracção, aliada ao uso da cor contribui para a plasticidade da moradia que remete para o imaginário Neoplasticista. Estes grandes volumes são posteriormente desmaterializados por outros volumes de menor dimensão, na cor cinza e ocre contribuindo para o conjunto como elementos simultaneamente autónomos mas englobados na composição.
Ao nível de distribuição interior a cada volume corresponde a um conjunto de funções específicas, também elas marcadas através do pavimento. Pretendeu-se explorar a relação interior/exterior através de amplos envidraçados em momentos específicos que canalizam as vistas, sendo possível, após entrada na moradia um atravessamento visual em direcção à profundidade do terreno. O facto do vidro da sala se encontrar recuado face ao balanço do mezanino permite funcionar como sombreamento natural a sudoeste.
Pretendeu-se uma moradia de desenho compacto por motivos económicos e funcionais, predominantemente térrea, com uma métrica estrutural simples tirando partido da expressão pura dos materiais (reboco pintado, telha plasma), procurando fazer mais com menos. Entende-se por fundamental ao nível tectónico a Frônese grega com vista à economia na construção associada ao Bem-Saber-Fazer em Arquitectura.